Desculpa, mas “estragaram” os parabéns!

Bom, como meu aniversário está batendo na porta, resolvi falar sobre a origem da música “Parabéns pra você” – um dos meus “traumas” de infância (risos). Quando era criança, todas às vezes que começava o bendito “parabéns” eu corria para debaixo da mesa e só saía de lá quando a cantoria desafinada acabava. Na verdade era só alguém apagar as luzes e pluft – eu desaparecia como num passe de mágica. Ainda bem que nos anos oitenta as tolhas de mesa eram enormes e quase tocavam o chão. “Trauma” que persiste até hoje, detesto que cantem parabéns pra mim. Até certa parte da música ok, mas meu trauma é do “pique…” em diante. Que pique?! Que hora?! Acho totalmente desconexo e cafona (minha opinião).

A origem da música presente em todos os aniversários é americana e foi composta pelas irmãs Hill em 1893. Patty Hill era diretora de uma escola infantil em Louisville e sua irmã Mildred Hill, pianista na área de etnomusicologia. A canção fazia parte de uma coletânea de músicas para o jardim da infância. A letra “Happy Birthday to You” é anônima e surgiu em 1912 e dizia “good morning to all” (bom dia a todos). Dizem que ela foi inspirada numa música folclórica pré-existente.

Quem não lembra da icônica cena de Marilyn Monroe saindo do bolo cantando “Happy Birthday to You” para John Kennedy em maio de 1962?! Wow! Até eu que sou mais boba iria adorar! (risos).

Na minha opinião, a música seria perfeita se fosse somente assim: “Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida”. Não vejo a menor necessidade da continuação tosca, mas o brasileiro não tem limites, achou bonito colocar pique, pique, hora, hora, ra – tim – bum. Socorooooo!

Ratimbum?! Isso me parece o som de alguém caindo no chão ou na piscina! Segundo o Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, a palavra é uma onomatopéia. Uma pesquisa publicada na Revista Fapesp a frase: “é pique, é pique, é hora, é hora, ratimbúm” faz parte de um bordão usado por estudantes na década de trinta nos corredores da Universidade de Direito do Largo São Francisco. Há relatos de que Pic-pic era apelido de um aluno e Tim Bum nome de um príncipe indiano que havia visitado a faculdade. Alguém achou essa mistura engraçada e agregou ao nosso parabéns.

O único Rá-Tim-Bum que faz sentido para mim são os 192 episódios do programa de televisão que fez sucesso na década de noventa.

Que fique bem claro aqui, adoro cantar parabéns, só não precisa cantar a música toda. Combinado?! Sempre vou querer fugir e não vai pegar bem se eu estiver debaixo da sua mesa. Desculpa, mas “estragaram” os parabéns!

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