– Você viu ou ouviu o que aconteceu com a “fulana”?
Essa é a primeira pergunta, imbecil, que alguém faz, depois de ouvir ou ver uma mulher sendo agredida por seu marido ou companheiro. Em seguida, vem a pergunta fatídica:
– Porque ela aguenta isso?
A grande verdade é que ninguém sabe os porquês de isso acontecer e a grande maioria dessas mulheres não tomar providência alguma! Existem “ENES” fatores para tudo isso!
As explicações populares são de que existe sim o tal Karma, o tal pagamento de vidas passadas ou, até os demónios possuindo o corpo do marido agressor, as drogas, incluindo aí a bebida alcoólica, o psicológico alterado pela falta de emprego, pela falta de dinheiro e até mesmo de amor (onde um atura o outro por conformismo).
E ainda aquele ditado do tempo da minha vó: em briga de marido e mulher ninguém mete a colher! O que se tornou uma boa desculpa para que um amigo ou vizinho não faça nada para tentar ajudar esta mulher!
Também existe a mulher que te ouve, que diz sim a tudo o que você diz a ela, como se concordasse com tudo, porém, ao voltar para casa, faz de conta que nada aconteceu e algumas horas depois, no dia seguinte ou depois de algum tempo, leva mais um surra. Vamos também incluir na surra, as palavras que denigrem, que diminuem, que a colocam para baixo e, ela cada vez mais ela acredita ser feia, gorda, velha, inútil e todos os tipos de coisas horríveis que são ditas a ela.
Criticar não vai adiantar, dar conselhos pode funcionar mas a mulher agredida tem de perceber que o que realmente importa é a sua vida, por isso converse com ela, convença que ela precisa permanecer viva, cuidar dos filhos se tiver, trabalhar e principalmente, servir somente a ela mesma. Essa mulher tem de saber que ela é capaz de vencer, que ela não é um ser dependente de outro, que a individualidade faz parte da sua vida e que procurar ajuda é o melhor que ela pode fazer.
Mas, ai vem outra questão!
Tantas pessoas procuram a ajuda da polícia e de outras canais de proteção e acabam mortas! Quantas vezes ouvimos e lemos nos jornais, sobre casos assim. Homens que após serem denunciados por agressão assassinam estas mulheres, e, quando mortos por elas mesmo em legitima defesa, as vítimas acabam se tornando as “novas agressoras” e aí, ninguém as defendem mais?
Por isto é tão importante que as mulheres saibam os seus direitos, que existam pessoas que para defendê-las e ajudá-las. Que não podemos simplesmente dar um grito de liberdade por elas, mas que estaremos ao lado delas quando elas gritarem. Que existam meios para ajuda-las!
Temos de demonstrar apoio as vítimas, conversar pois muitas vezes a própria não percebe que está em um relacionamento que está lhe fazendo mal: Relacionamento com agressividade não é normal, a mulher agredida tem direito a proteção legal contra essa violência. Ao escutar os problemas desta mulher demonstre apoio para que ela perceba que não está sozinha.
Oriente esta mulher a conversar com amigos e familiares, que ela acredita que possam dar apoio. Muitas vezes as vítimas de agressão, tendem a esconder esse tipo de acontecimentos de seus entes queridos, ou não tem como entrar em contato por conta de ameaças do agressor, seja voluntário em contar para estas pessoas se ela pedir ou consentir.
Apoie esta mulher a sair desta relação, mostrando possibilidades que existem em centros de apoios com equipes que podem ajudá-la a tomar a melhor decisão.
E presenciar violência doméstica e não tiver como ajudar diretamente esta mulher: denuncie através do número 180 (Central de atendimento à mulher), 190 (polícia Militar) e 100 (Disque direitos humanos).
É um dever de todos de garantirmos às mulheres seus direitos e que tenham uma vida digna!
Andy Daxpu tem 52 anos, moro na zona norte de São Paulo, Jardim Damasceno, sou cuidador de idosos e acabo de terminar meu curso de Florais de Bach e já estou em atendimento.
Uma resposta
A mulher tem que entender que a Lei Maria da Penha, não considera como violência contra a mulher somente a violência física (espancamento), mas também a violência psicológica, moral, sexual e patrimonial .
Muitas passam anos ou até a vida toda sofrendo outros tipos de violência sem saber que são atos passíveis de denuncia!!!