Eles sempre voltam

Sabe por que os animais vivem menos que nós?! Porque eles não suportariam ficar sem a nossa presença. Quando li isso, chorei uns três dias seguidos. Nós temos amigos, família, colegas de trabalho, mas e eles?! Eles não têm mais ninguém, além de nós. Somos TUDO o que eles têm, além dos passeios, petiscos, brincadeiras e comida gostosa. Apenas reflita!

Não consigo entender como existem pessoas no mundo que maltratam animais. Pessoas perversas, vazias, medíocres e cheias de ódio no coração. Sempre vou desconfiar de quem não gosta de animais. Depois dizem que animais são eles, animais somos nós. Nós é que somos irracionais. Os animais são anjos com asas, nos ensinam o amor verdadeiro e incondicional. Vi tantos corações duros amolecerem com a presença deles.

Chico Xavier, afirmou que “os animais têm alma e valem pelos melhores amigos”. Existe uma relação espiritual destes “serumaninhos” ao nosso redor. Nós temos contribuição na evolução deles e muita responsabilidade nessa jornada. Você conhece a história da cachorrinha “Boneca” de Chico?! Quem não conhece e tiver interesse, recomendo a leitura do livro de Carlos A. Baccelli “Chico Xavier – o amigo dos animais”. Eu também tive essa mesma experiência e até hoje não posso prolongar muito esse assunto porque mexe profundamente comigo.

Quando morava com meus pais, tive um beagle que viveu quase dezesseis anos chamado “Bryan” e desde bebê dormia comigo. Antes de dormir, ele repetia o mesmo ritual – puxava meu braço com a pata e pedia para levantar a coberta para entrar debaixo, rodava duas ou três vezes e deitava encostado na minha barriga.

Passei anos relutando para não ter mais animais (mesmo amando todos), pois havia sofrido muito com a sua partida. Dizia em casa que no momento certo teria outro animalzinho, falava também que ele teria que ser bem pequeno e machinho. Pensava, pensava e sempre voltava atrás, não queria sofrer novamente. Anos se passaram e num belo dia uma amiga comentou que a cadelinha pinscher da irmã deu cria e ela estava doando todos os filhotes. Ela resolveu cruzar a cadela uma única vez antes de castrá-la, e disse que ficaria com uma das cadelinhas que haviam nascido. O restante doaria para amigos queridos, assim poderia acompanhá-los de “perto”.

Naquele momento senti um fogo no meu coração inexplicável e comecei a chorar. Perguntei para minha amiga se tinha algum macho e se ela doaria para mim, ela respondeu para aguardar uns minutos. Detalhe, os cachorrinhos nasceram em Brasília. Os minutos passaram e ela me ligou dizendo que nasceram quatro menininhas e apenas um menininho e que ELE era MEU. Só tinha que escolher um nome de imediato e arcar com os custos do transporte de avião. Respondi prontamente: SEM PROBLEMA ALGUM. COMBINADO! Desliguei o telefone e chorei copiosamente.

O nome era para ser “Sushi”, mas a Andréa quis colocar Sushidan (o Dan foi em minha homenagem), achei diferente e único. Agora tinha que lidar com a ansiedade durante dois meses e meio até ele chegar. Foram os meses mais longos da minha vida. Ele chegou, era minúsculo, parecia um hamster. Era do tamanho de uma caneta Bic (tenho esse registro para comprovar). rs

Ele dormia ao lado da cama. Conforme cresceu e ficou fortinho, o deixamos dormir na cama conosco. Foi nesse exato momento que, ele bateu a pata no meu braço pedindo para levantar a coberta, rodou duas ou três vezes e deitou na minha barriga. Desidratei de tanto chorar. Ele tem quase cinco anos e faz isso TODAS as noites desde aquele dia. Confesso que foi a experiência mais incrível que tive na vida e a certeza que ele voltou para mim. Acredite, eles sempre voltam!

Quer assistir filmes sobre nossos melhores amigos e desidratar?! Recomendo os filmes: Juntos para sempre (2019), Quatro vidas de um cachorro (2017), Sempre ao seu lado (2009), Meu amigo Enzo (2019), A caminho de casa (2019), Lembranças de outra vida (1995), Marshall´s Miracle (2014) e Meu melhor amigo (2005).

Já aviso, separa um lencinho tá?!

Por Daniela Houck
para sua coluna Café com Respeito!